A relação com a mãe. É assim que começa a vida para os seres humanos. Para a paulistana Regina Rapacci não foi diferente. Numa narrativa que envolve a memória familiar - e o que ela traz de universal, a significação do passado e resignificação do presente -, com Vida em veios (Editora Biografias & Profecias), Regina Rapacci ressalta a importância de se debruçar sobre a própria história e como isso pode ser um exercício de sublimação. No caso dela, após vivenciar o encerramento da vida da mãe, abriu um novo capítulo em sua própria vida, profissionalizando-se como escritora e aconselhadora biográfica. Sua infância foi marcada pela maneira que essa relação construiu seu ser e sua forma de ver a vida. E como cada relação tem suas particularidades dentro de tudo o que é comum na biografia de todos nós, a autora explora neste ensaio a maneira como sua criação, repleta de faltas e excessos, a moldou e a fez encarar o que a vida traz. Convivia até então com os laços estabelecidos, “aprendemos a conviver pacificamente com a proporção mitológica de nossa emaranhada relação” relata a autora, até que, de repente, a caçula viu sua mãe dependendo de seus cuidados. A partir daí, uma saga se estabelece ao lado da irmã, familiares, médicos e hospitais, e a questão inevitável vem à tona: quais a chances de vida? Ou: vale mais a pena dias melhores ou mais dias de vida? A perda inesperada, a princípio de maneira inexplicável, trouxe um momento para um aprendizado e reflexão ainda maiores. A partir de sua experiência e ao encontrar os diários da mãe, Veio Regina Rapacci teve a motivação para escrever o ensaio autobiográfico "Vida em veios".