“O racismo nos Estados Unidos sempre foi o meio utilizado pelos homens brancos mais poderosos do país para justificarem seu governo, ganharem dinheiro e manterem o resto de nós à distância. Por essa razão, o racismo, o capitalismo e o domínio de classe sempre se entrelaçaram de tal maneira que é impossível imaginar um sem o outro.”
Eis uma das conclusões de #VidasNegrasImportam e libertação negra, de Keeanga-Yamahtta Taylor. Lançado originalmente em 2016, o livro resgata e discute o movimento #BlackLivesMatter, surgido em 2014 em reação ao assassinato do jovem negro Michael Brown pela polícia de Ferguson, no estado do Missouri.
Os protestos, que se espalharam pelo país e se estenderam até 2015, ocorreram quando a Casa Branca — “um edifício construído por escravos em 1795”, lembra Keeanga — era ocupada pelo primeiro presidente negro dos Estados Unidos.
As manifestações foram de encontro à ideia, então defendida por muitos, de que o país estava finalmente superando o racismo. “Como explicar a ascensão de um jovem presidente negro, juntamente com o exponencial crescimento da classe política negra e o aparecimento de uma pequena porém expressiva elite econômica negra, concomitantemente com o surgimento de um movimento social cujo slogan é um lembrete de que ‘vidas negras importam’?”, questiona a autora.