Pague a vista é um livro que reune poemas de interdição, em que se dá a ver a castração, a venda e o real. Navega entre a psicanálise e a arte, na tentativa de suspender um provisório sentido na experiência do eu-mulher-no-mundo. Com ironia refinada e uma acidez sensível, sua estrutura segue as marcações de uma peça de teatro, principalmente na ocupação dos versos na mancha da página, em que os deslocamentos usam uma lógica dos focos de luz. No fim, o objetivo é claro: que a leitora e o leitor possam dimensionar algo da própria escuridão - perecível.