Para além do paisagismo que o consagrou, há um segmento ainda pouco conhecido da
multifacetada atividade de Roberto Burle Marx, que é a profícua produção de tapeçarias.
“Burle Marx Tapeceiro”, livro escrito pelo arquiteto e historiador de arquitetura e artes
visuais Guilherme Mazza Dourado, a ser lançado em novembro, na Arte132 Galeria, pela
Luste Editores, explora esse perfil do consagrado artista e paisagista.
Fruto de uma extensa pesquisa do autor sobre as experiências de Burle Marx com a arte têxtil,
a edição é o primeiro estudo dedicado unicamente às tapeçarias do artista, feitas
principalmente em lã natural e teares manuais de alto liço (fio de metal com um elo, usado
para tear) por ateliês nacionais e internacionais, reconhecendo Burle Marx como um pioneiro
da tapeçaria moderna brasileira, sendo, inclusive, o primeiro brasileiro a fazer uma tapeçaria
moderna em Aubusson, na França.
O livro nasce do desejo do autor de dar visibilidade ao domínio da arte e da técnica de Burle
Marx que, até hoje, não recebeu a devida atenção. Em 2024, completam-se 30 anos da morte
de Burle Marx e, em homenagem à história do paulistano pouco difundida, a publicação
resgata a produção de tapeçarias materializadas pelo artista ao longo de quatro décadas,
entre os anos 1950 e 1980, passando pelo início da trajetória têxtil de Burle Marx, na região
de Aubusson, na França — polo de ateliês de tapeçarias que teve diversos artistas convidados
a se expressar por meio da técnica tecelã, entre eles, Calder, Picasso e Burle Marx —, até os
registros da maior parte de sua produção, que ocorreu em São José dos Campos.