Dividida em quatro contos, que podemos chamar de “paródias”, esta obra nos convida a reinterpretar a fábula A Cigarra e a Formiga, de La Fontaine, à luz do mundo contemporâneo.
O autor nos instiga, com seu humor irônico, a pensar na discriminação e nos preconceitos de toda espécie, a despeito de a cigarra, com seu canto, anunciar o verão e alegrar a vida. As formigas, claro, com Sua Majestade, a rainha, representam o mundo organizado que menospreza a arte e o progresso, e tiram vantagem de tudo e de todos. Nada mais contemporâneo, numa sociedade tão tecnológica, distópica e injusta como a que vivemos. Quantos de nós somos os marginalizados? E quem são os poderosos? Esta é a principal reflexão da obra. “Aí é que mora a controvérsia”, como sugere o próprio autor.
Márcia Lígia Guidin"