Desde criança, em Borda da Mata, Sul de Minas, Donizete Galvão ouvia a lenda de que se um sapo grudar na mão de um menino só sairá dali quando houver uma trovoada. Para sua surpresa, foi encontrar um caso semelhante nas narrativas dos índios Gavião recolhidas por Betty Mindlin e Sebirop Catarino, entre outros narradores, no livro Couro dos Espíritos.
Livremente inspirado nesse curto episódio, O Sapo Apaixonado fala, de maneira muito bem-humorada, do respeito à natureza, das regras da convivência com ela e leva o jovem leitor ao universo mitológico dos indígenas. Piapá vai ter que aprender a conviver com um sapo agarrado em sua mão e passar por muitas desventuras. As ilustrações de Mariana Massarani remetem o leitor para o imaginário dos índios Gavião.
Donizete Galvão é autor de seis livros de poesia, ganhador do Prêmio APCA de Revelação de Autor, duas vezes indicado para o Prêmio Jabuti e seu último livro, Mundo mudo, foi indicado para o Portugal Telecom. O sapo apaixonado marca sua estréia na literatura infanto-juvenil.